Fui ao encontro de Jano, e tentarei resumir os vários dias de conversa que tive com ele....
Antes de ser arquiteto, Jano já trabalhara com artes em geral e principalmente com dança e o movimento do corpo e só se interessara pela arquitetura quando descobriu o impacto que ela causaria não só com as sensações do corpo, mas também na mente. Seria impossível eu falar aqui de arquitetura com tal familiaridade antes desses encontros, se Jano não estivesse transmitido toda sua paixão pela arquitetura em cada palavra que dizia.
A escolha do local foi o galpão de 97 anos utilizado pelo curso de Engenharia Elétrica da faculdade UFMG (isso explica o motivo da fornalha e dos maquinários), mas que nos últimos 10 anos estava sendo usado como estacionamento, como dizia Jano, "Um desperdício em potencial".
Foto atual do galpão
Um dos maquinários
Outro maquinário
A fornalha
Parte posterior do galpão com vista para a fornalha ao fundo
Segundo ele o carro desumaniza o homem, impede o nosso contato e as nossas sensações com os que a cidade pode nos proporcionar, não só o tato, mas aromas e sons e paladar. Pensa também que a criação de novos espaços para os automóveis seria um meio de perder ainda mais esse elo entre homem e cidade.
O projeto de Jano para o funcionamento do lugar nada mais era do que atingir o homem em corpo e mente com todas as sensações possíveis. Que ele se emocione ali com o cinema e o teatro, que se sinta em casa e aprecie uma bom livro na parte destinada à leitura, com mesas e cadeirinhas enquanto se toma um café.
Que ele admire a arte de companhias que se apresentam suspensas no ar (por isso um grande vão no lado esquerdo do galpão, com cabos e cabos espalhados pelo espaço).
Que se impressione com a multiplicidade do local em cada movimento dos trilhos e cabos.
Que de manhã seja um lugar relaxante e cultural e a noite seja uma grande boite temática, com café/bar; DJ'S que se movem por cima de suas cabeças; com as luzes e espelhos que nos fazem criar mais espaços e maiores sensações.
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