segunda-feira, 15 de março de 2010

O Porquê da Escolha

Narrativa – Trabalho Integrado (1ª Etapa)



Após termos assistido ao documentário “A Janela da Alma” e a alguns filmes como “A Casa Vazia” e “O Milagre de Anne Sullivan”, conseguimos aperfeiçoar a nossa percepção de tudo, sobretudo no que diz respeito a símbolos, a representações de diferentes formas de linguagens. Vimos como formas, desenhos, fotos, gestos e sorrisos falam por si só. Usamos todos os nossos sentidos para experimentarmos melhor cada parte do percurso percorrido. Depois de nos encontrarmos na Praça da Estação de Belo Horizonte, começamos a praticar a “errância” como verdadeiros flâneurs, caminhando lentamente pelas ruas e avenidas em torno do quadrilátero do hipercentro da cidade, acumulando assim, diferentes corpografias daqueles lugares.

Flanar! Aí está um verbo universal sem entrada nos dicionários, que não pertence a nenhuma língua! Que significa flanar? Flanar é ir por aí, de manhã, de dia, à noite, meter-se nas rodas da população [...]. É vagabundagem/ Talvez. Flanar é a distinção de perambular com inteligência. Nada como o inútil para ser artístico.”

João do Rio

O termo flâneur vem do Francês substantivo masculino flâneurQue tem o significado básico de "andarilho", "ocioso", "saunterer", "vadia", que por sua vez vem do verbo francês flâner, Que significa "para passear". Charles Baudelaire desenvolveu um significado derivado do flâneur-A de "uma pessoa que anda na cidade, a fim de experimentá-lo".



Começamos a “nos perder”, já na Avenida Santos Dumont, e nos impressionamos com a quantidade de edifícios “vagos” ao longo do trajeto. Na própria avenida, nos interessamos muito por um edifício vazio (número 240), um antigo hotel segundo pessoas que trabalham perto do local. Continuando a nossa “errância”, fomos encontrar outro edifício vazio interessante na Rua Guaicurus número 471, um antigo bordéu segundo típicos personagens daquele local. Gostamos também do prédio de esquina da Rua Guaicurus com a Rua Rio de Janeiro, antigo edifício pertencente à Santa Casa, segundo fontes também daquele local. E por último, uma outra construção que nos chamou atenção também estava na Rua Guaicurus, em frente a UFMG, fazendo esquina com a Rua Espírito Santo. De acordo com diversas informações de professores e pessoas da região, esse “galpão” pertence à UFMG.

Então, depois de nos perdermos bastante pelo hipercentro e absorvermos diversas experiências urbanas, escolhemos o edifício de número 240 da Avenida Santos Dumont para “efetuarmos as nossas futuras intervenções”.


Gostamos muito da sua localização (por ser bastante próximo à Praça da Estação e também da rodoviária), da sua fachada (estilo art decò) e do seu tamanho (por não ser tão grande, porém o suficiente para diversos usos). Com a ajuda da nossa professora Denise Bahia, conseguimos através dos arquitetos Carlos Henrique Bicalho e Mariana Guimarães, da Diretoria de Patrimônio Cultural (DIPC) da Fundação Municipal de Cultura de Belo Horizonte, informações como ano de construção do edifício (1934), o antigo nome original do hotel (Hotel Londres), e tivemos o privilégio de conseguirmos acesso aos dados originais do microfilme desse edifício, em que constavam belos desenhos da fachada, de um corte e de uma das plantas.



A nossa proposta de intervenção no edifício é algo bem diferente do que ele era antigamente. No primeiro pavimento (térreo), pensamos em fazer uma lanchonete próxima à calçada, com uma enorme cozinha na parte de trás do edifício, com vestiários e inclusive um depósito. Ainda neste pavimento, temos banheiros para a clientela e um hall, com uma entrada independente de acesso à escada e ou elevador do edifício. Já no segundo pavimento, resolvemos fazer um restaurante, que ocupa praticamente todo o andar. Esse tem um bar, onde existe uma escada de acesso à cozinha do andar inferior, por onde levam todos os “comes e bebes”. Temos também dois sanitários e um palco central, destinado a shows e apresentações. Próximo às escadas, ao elevador e ao caixa, propomos um grande mural de fotografias daquela região, de antigamente e de hoje. No outro pavimento, o terceiro, imaginamos fazer uma espécie de escola de danças, e então dividimos o espaço em alguns salões, deixando um maior, destinado à apresentações de alunos daquela suposta escola, para pais e convidados. Não nos esquecemos também de uma recepção e obviamente dois banheiros. No quarto e último andar, propomos um atelier, com aulas de história da arte, pintura, desenho, artes gráficas e artes plásticas. Organizamos o espaço de forma a termos espaço para salas de aula e no centro, pensamos em fazer um espaço para exposições de trabalhos daqueles alunos. Planejamos também, os banheiros e inclusive uma secretaria do atelier. Esse não seria mais o mesmo edifício de antigamente, aquele Hotel Londres. Agora, apesar de a fachada continuar a mesma, propomos mais um meio cultural para essa região, o mais novo Espaço Londres.


1º Pavimento (Lanchonete)





2º Pavimento (Restaurante)




3º Pavimento (Escola De Danças)



4º Pavimento (Escola De Artes)


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