Avenida Santos Dumont
No início do século XX, Belo Horizonte era uma cidade pacata e silenciosa. Os primeiros conjuntos urbanos se definiam entre as largas avenidas, ainda sem calçamento, insinuando uma metrópole futura. Entre as principais vias da época estava a antiga rua do Comércio, atual avenida Santos Dumont, ligando a Praça da Estação à praça Rio Branco.
O presidente do Estado de Minas Gerais, Francisco Sales, e o prefeito de Belo Horizonte, Francisco Bressane Azevedo, concentravam seus esforços para o crescimento da cidade. Mas, até então, predominava o sossego na capital. O jovem escritor Monteiro Lobato, ao visitar o município, em 1903, descreveu a calmaria. "Positivamente funcionários que subiam e desciam lentamente, a fingir de transeuntes. Transeuntes públicos. Daí o sono que dava aquilo. Uma semana passada lá deixava a impressão de meses."
O clima tranqüilo foi quebrado com a chegada do inventor do avião 14 Bis, Alberto Santos Dumont, também em 1903, que desfilou pelas avenidas da cidade no "Landau" presidencial - uma carroça puxada por quatro cavalos de raça. A capital, agradecida pela honraria, em homenagem ao mineiro ilustre deu à rua do Comércio o nome de avenida Santos Dumont.
Em 1947, Joversino Emílio de Pádua, João Gabriel de Mattos e José Simplício Dias, os dois últimos já falecidos, decidiram investir no Armazém Dias que, dez anos depois, deu lugar à Loja Elétrica, na avenida Santos Dumont. "Naquela época, o ramo de atuação era de secos e molhados e já havia uma seção de tomadas e lâmpadas. Como a cidade estava crescendo e aumentou a demanda por materiais elétricos, o armazém foi transformado na loja", conta Mariângela Marinho Delazari, contadora da empresa há 35 anos.

Avenida Santos Dumont
Anos depois, diante dos desafios e necessidades de apoio às atividades comerciais, foi instalado na avenida Santos Dumont, em 1960, o Clube dos Diretores Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), com sede no Edifício Araxá, posteriormente transferida para a avenida João Pinheiro. Hoje, a via guarda alguns prédios antigos que, silenciosamente, teimam em contar a história do progresso da cidade entre o trânsito intenso de pessoas e veículos. Vale salientar que prevalece no local a sua principal marca: as atividades comerciais que impulsionaram e ainda contribuem de maneira importante para a economia da cidade.

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